terça-feira, 8 de março de 2011

INICIANDO 2011 ;

Gente, estou aqui pra pedir desculpas por estar MUIIITO tempo sem atualizar...
Eu não queria que isso acontecesse, mas a falta de tempo falou mais alto.
Esse ano eu vou tentar postar textos pelo menos 1 vez por semana.(É uma tentativa, não uma promessa, tá ?? rsrs')
Sintam-se a vontade para comentar com dicas ,elogios e críticas , afinal, são elas que nos fazem melhorar, não é ??

Obrigada pela atenção.

Hellen Soares

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Colegial




Ela chega no salto devagarinho
Doida pra desabotoar seu colarinho.
Fantasias eróticas não saem de sua imaginação.
Por ele, ela sente tesão.

Chegou na escola com o intuito de estudar,
Pois no vestibular ela queria passar.
Então chegou o mestre, querido professor,
Desmoronou-lhe as ideias e despertou-lhe o ardor.

"Beije-me nos lábios", era o seu pensamento mais recente.
Entre carícias e beijos, ela suspirava veemente.
Nela o amor já havia surgido,
Para ele, só mais uma que havia comido.

Sofrendo de uma dor imensurável, ela saiu da cidade.
Não queria lembrar-se nem mais de sua idade.
O coração dele não entristeceu-se, nem sentiu ardor,
Pois ano que vem viriam outras que também
se apaixonariam pelo professor.


Autora: Hellen Soares

sábado, 19 de junho de 2010

Aos cantos...


Era uma pobre menina. Coitadinha! Vivia triste pelos cantos, choramingando por nenhum motivo. “ Está na fase de puberdade. Deixe-a sozinha, pensando na vida! “ dizia o tio, sem nenhum pudor.
O mesmo tio que tirara a sua paz, o mesmo tio que, dois meses antes, tirara a sua inocência.
Aquele dia nunca sairia de sua cabeça.


Aniversário de casamento de sua mãe. Dia de jantar a dois. Dia de trazer a tona o amor de antigos namorados.
Uma menina de doze anos não podia ficar sozinha, então chamaram o querido tio Carlinhos para vigiá-la enquanto o casal apaixonado tentava por mais vivacidade no casamento.
Eles saíram.
A menina ficou em frente à TV assistindo um seriado americano de negros bastante engraçados.
Enquanto isso, seu tio, sentado sobre a cadeira com uma lata de cerveja na mão, observando a menina. ” Como ela cresceu !”, foi o seu primeiro pensamento. Depois, esses pensamentos foram ficando mais sórdidos, imaginando seus seios ainda imaturos, porém já avantajados, sua fina cintura que formava um corpo já desenhado, no entanto, os seus olhos expiravam inocência. Um doce olhar inocente.
Por um momento imaginou o seu corpo junto ao dela. Viu-se delirando. Sacudiu a cabeça e levantou-se em um impulso. Mandou-a subir, pois já era hora de criança dormir. Enfatizou para si a palavra ” criança ”.
Ela foi tomar banho, pois era impossível dormir com aquele calor que fazia em Barra da Tijuca, sem antes tomar uma ducha fria.
Ele largou o último fio de consciência que ainda restava e pôs-se a empurrar a porta do banheiro. Abriu. Numa onda de devaneios ele a puxou pelos cabelos, já nua, dentro do Box. Como o beijo de um demônio, ele supriu suas necessidades físicas. Necessidade carnal. Tomou-a e fez mulher. Maturidade a força.
Desde esse dia ela não fora mais a mesma. Sempre que eles se encontravam ele dava um jeito de lembrá-la daqueles momentos. Apalpava-a. E fazia tudo de novo. Por medo,ela retribuía com silêncio. E lágrimas.


Depois de acostumar-se com os atos e com as lágrimas escondidas sofridas, uma raiva imensurável rasgou-se dentro do seu ser e ela resolveu livrar-se daquele martírio. Contou à seus pais. Denunciaram-no. Punição? Dois anos de prisão. Nada que trouxesse de volta a inocência daquela pobre menina. Agora, já mulher.



Autora: Hellen Soares

domingo, 30 de maio de 2010

Fim de tudo


Em cima daquele prédio. Era lá que ele estava com o seu maço de cigarros e sua garrafa de pinga. Sentado na beira do 6º andar ele chorava desoladamente. Sim. Ele pensava em se atirar. Para ele, a vida já não tinha mais sentido. Desde aquele momento.

Era um empresário recém-formado, muito esforçado. Trabalhava na empresa do seu pai com o intuito de fazê-la crescer novamente, já que eles estavam na época das vacas magras.
Nessa tarde pedira permissão para voltar cedo à sua casa e fazer uma surpresa para sua esposa, afinal, cinco anos de casamento é o inicio de uma trajetória de vida.
Ele a amava. Isso era fato. No caminho para sua casa ele pensava no jeito mais inusitado de demonstrar-lhe isso. Carros de som? Não. Ela dizia achar brega. Serenata? Não. Não fazia o seu tipo. Resolveu-se então pelo mais antigo ritual de prova de amor. Rosas vermelhas. Nunca falham.
Chegou em casa ansioso , pois o aroma das rosas estava inebriando o seu carro, misturando-se ao fetiche de sua imaginação com o delicioso cheiro de sua amada. Um anjo em forma de gente. A mais perfeita criação de Deus, na qual ele usou de todo o seu capricho para moldá-la.
Saiu do carro e sorriu. A porta de sua casa já estava aberta. Na certa, ela já estaria esperando por alguma surpresa naquele dia tão especial. “Como é esperta a minha amada!”, pensou ele. Entrou. Ela não estava na cozinha. Nem na sala. Escutou um gemido. Um gemido prazeroso. Tremeu.
Entrou de uma vez no quarto e, por um momento, arrependeu-se do feito. Estava lá. A visão dos seus pesadelos mais obscuros. A visão do inferno. Um bicho de duas cabeças, quatro braços, quatros pernas e quatro olhos. Dois desses olhos já lhe eram conhecidos. Olhos, antes doces, de sua amada, que estavam ligados inteiramente a outro corpo em um leito que se retirara a poucas horas. Não o seu.
Num impulso ela pulou da cama inteiramente nua fazendo suas súplicas, enquanto ele, estático continuou. E as rosas sentiram o gosto do carpete recém encerado, junto com uma gota de lágrima.

Já estava decidido, ele não se daria o prazer de viver. Assim como as rosas, ele sentiria o sabor do chão. Sensação melhor haveria de ser, pois pior sensação ele já sentira. A traição. E se jogou.



Autora: Hellen Soares

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nada é infinito


Veio como uma onda tragar a sua felicidade.
Um bálsamo de tristeza a invadiu.
Foi nesse momento que ela reparou que tudo tinha fim. Nada é para sempre.
Nem ele.
A morte nua e crua é uma dor intensa que deixa marcas profundas, mas nem toda morte é celada quando alguém está debaixo da terra.
Existe também morte da alma.
Alma de quem se ama.
Alma de um ser que ela amava.
Mas isso passa, e ela saberá com o tempo.
Saberá que dessa morte nascerá a sua cura, e dessa cura, surgirá uma ressurreição.



Autora: Hellen Soares

domingo, 16 de maio de 2010

Nada de final feliz


Seu cheiro estava impregnado em mim. Não saía da minha roupa, não saía da minha pele. Seu gosto não saía dos meus lábios.
Ainda o escuto gritando. Um grito de socorro, mas eu não o deixei impune.
Pagou pelo que me fez. Agora não tem mais volta.
Uma garota correta, criada pelos seus pais de maneira rígida, porém amorosa. Apaixonou-se por um crápula. Sim !! Ele era um crápula mesmo e não tente convencer-me do contrário! Já estou imune a isso. Imune a traições e a mentiras. Esse mal eu cortei pela raíz. Cortei, puz fogo e matei. Desse mal eu não sofro mais. O mal do amor, que me forneceu um futuro traçado aqui.
Onde a luz do sol eu só vejo numa fresta na parede, e o luar, em meus sonhos de liberdade.



Autora: Hellen Soares

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mais um Dia Das Mães...


Mais um dia das mães estava por vir, e ela estava sentada no canto de sua cama, em plena madrugada , apenas com a luz do seu abajur. Abajur que ganhara no Natal passado com o formato de Minney.
Como em todos os Dias das Mães ela iria para a casa de sua avó juntar-se à seus familiares na mesa para o almoço para depois cantarem um lindo soneto homenageando suas amadas.
Mas esse ano seria diferente. Ela não iria somente homenagear. Seria também homenageada, mesmo que em segredo, mas ela saberia que de uma forma ou outra também seria homenageada.
"Por que eu fiz isso ?", era a pergunta que não saía de sua cabeça. Mas a culpa não era somente dela, pois a mulher não é um ser assexuado, do qual não precisa de um parceiro. Foi um óvulo e um espermatozóide.
Ele era novo, 16 anos apenas, um entregador de pizza de finais de semana sem autosuficiencia de capital e muito menos mental. Como poderiam criar uma criança juntos ? Só havia uma maneira: Maturidade á força !
Tudo seria difícil, mas os dois estavam dispostos a arriscar, e de uma única coisa eles tinham certeza: Eles não seriam assassinos. Não matariam uma vida.
Chegou o dia de contar a verdade. Explanar que deixara de ser criança. Mesmo que força.
Para sua surpresa todos aceitaram bem. Mesmo que com um ar de receio, a família nunca iria larga-la.
Já estava tudo decidido.
E seu nome seria Maria. Ou João.



Autora: Hellen Soares