quarta-feira, 30 de junho de 2010

Colegial




Ela chega no salto devagarinho
Doida pra desabotoar seu colarinho.
Fantasias eróticas não saem de sua imaginação.
Por ele, ela sente tesão.

Chegou na escola com o intuito de estudar,
Pois no vestibular ela queria passar.
Então chegou o mestre, querido professor,
Desmoronou-lhe as ideias e despertou-lhe o ardor.

"Beije-me nos lábios", era o seu pensamento mais recente.
Entre carícias e beijos, ela suspirava veemente.
Nela o amor já havia surgido,
Para ele, só mais uma que havia comido.

Sofrendo de uma dor imensurável, ela saiu da cidade.
Não queria lembrar-se nem mais de sua idade.
O coração dele não entristeceu-se, nem sentiu ardor,
Pois ano que vem viriam outras que também
se apaixonariam pelo professor.


Autora: Hellen Soares

sábado, 19 de junho de 2010

Aos cantos...


Era uma pobre menina. Coitadinha! Vivia triste pelos cantos, choramingando por nenhum motivo. “ Está na fase de puberdade. Deixe-a sozinha, pensando na vida! “ dizia o tio, sem nenhum pudor.
O mesmo tio que tirara a sua paz, o mesmo tio que, dois meses antes, tirara a sua inocência.
Aquele dia nunca sairia de sua cabeça.


Aniversário de casamento de sua mãe. Dia de jantar a dois. Dia de trazer a tona o amor de antigos namorados.
Uma menina de doze anos não podia ficar sozinha, então chamaram o querido tio Carlinhos para vigiá-la enquanto o casal apaixonado tentava por mais vivacidade no casamento.
Eles saíram.
A menina ficou em frente à TV assistindo um seriado americano de negros bastante engraçados.
Enquanto isso, seu tio, sentado sobre a cadeira com uma lata de cerveja na mão, observando a menina. ” Como ela cresceu !”, foi o seu primeiro pensamento. Depois, esses pensamentos foram ficando mais sórdidos, imaginando seus seios ainda imaturos, porém já avantajados, sua fina cintura que formava um corpo já desenhado, no entanto, os seus olhos expiravam inocência. Um doce olhar inocente.
Por um momento imaginou o seu corpo junto ao dela. Viu-se delirando. Sacudiu a cabeça e levantou-se em um impulso. Mandou-a subir, pois já era hora de criança dormir. Enfatizou para si a palavra ” criança ”.
Ela foi tomar banho, pois era impossível dormir com aquele calor que fazia em Barra da Tijuca, sem antes tomar uma ducha fria.
Ele largou o último fio de consciência que ainda restava e pôs-se a empurrar a porta do banheiro. Abriu. Numa onda de devaneios ele a puxou pelos cabelos, já nua, dentro do Box. Como o beijo de um demônio, ele supriu suas necessidades físicas. Necessidade carnal. Tomou-a e fez mulher. Maturidade a força.
Desde esse dia ela não fora mais a mesma. Sempre que eles se encontravam ele dava um jeito de lembrá-la daqueles momentos. Apalpava-a. E fazia tudo de novo. Por medo,ela retribuía com silêncio. E lágrimas.


Depois de acostumar-se com os atos e com as lágrimas escondidas sofridas, uma raiva imensurável rasgou-se dentro do seu ser e ela resolveu livrar-se daquele martírio. Contou à seus pais. Denunciaram-no. Punição? Dois anos de prisão. Nada que trouxesse de volta a inocência daquela pobre menina. Agora, já mulher.



Autora: Hellen Soares